quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Mulher Feia José Mendes




Pai, filho, Espírito Santo, cruz credo Virgem Maria
Quando viam minha mulher era o que todos diziam
A criançada chorava, os grandes ficavam sérios
Com certeza essa fantasma escapou do cemitério
Os vizinhos me diziam que fizeram algum feitiço
Era louco ou estava cego quando casou com este bicho
Eu então me ofendia e já queria peleia
Dizem que o amor é cego e eu nunca lhe achei feia
Ela pesava trinta quilos, um metro e noventa de altura
Calçava quarenta e quatro perninha de saracura
Tinha um olho furado era careca e banguela
O nariz era volteado e a boca era ma gamela
Era troncha das orelhas não podia usar brinco
Porque ficou defeituosa na revolução de trinta e cinco
O que ela tinha de bonito palmo e meio de pescoço
Com cento e oitenta berrugas e um papo de três caroços
Um dia nós se agarremos e deu uma baita de uma paulera
Amarrei a caninana e remeti lá pra fronteira
Dizem que lá arranjou marido e se casaram por contrato
Três dias dorme com ela, três dias dorme no mato

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